20070425 |
companheira. vejo-te triste. abalada. vejo-te a seres arrastada por um braço, a seres agredida. transportam-te, semi-inanimada, para uma cela como a minha, deixam-te lá, abandonam-te como a mim...
rabiscado na parede, ao lado de outros 0 gatafunhos.... e eu vejo e não posso fazer nada. de nada me serve bater nas paredes, gritar, de dor, de raiva, não há nada que me ajude a sair daqui e resgatar-te da tua prisão. não há nada que eu possa fazer, enquanto te vejo definhar como eu definhei, a perder a esperança como eu a perdi... não sei quem padece mais agora: se tu, a perderes a luz que rege a tua vida, ou eu, a ver-te sofrer. sinto-me enjaulado. quero sair daqui e não posso, não consigo, o muro é demasiado alto, as paredes demasiado grossas, os meus punhos deformados não conseguem fazero menor dano na sua superfície... malditos sejam todos os que nos privaram da liberdade, que nos roubaram a nossa dignidade e fazem tudo por tudo para nos rebaixarem ainda mais, para sermos esquecidos, para sermos destruídos... querem-nos destruir, meu amor. tens de ter coragem, porque os próximos tempos vão ser muito duros. nada do que te vão fazer ou dizer te poderá afectar. nada te poderá afectar. mostra-lhes que não te vergas tão facilmente. cospe-lhes na cara, agride-os. e lembra-te que farei o possível para que não cedas, para te apoiar, para te segurar quando te faltarem as forças. não nos vencerão. |
20070409 |
jaula. encurralado... sinto-me encurralado.
rabiscado na parede, ao lado de outros 0 gatafunhos.olho para os lados, não vejo nada, mas eu sei que elas lá estão. as grades. o que me impede de ser feliz. o que me mantém aqui fechado. quero fugir, quero sair daqui, quero ser feliz... mas não consigo fugir, porque não há fuga de uma prisão que não se vê, que não se distingue onde é uma porta, onde exista um ponto de fuga... e aqui permaneço, no escuro. fragmentado, destruído, em farrapos. quero fugir e não posso. quero sair desta tortura, mas não tenho forças para lutar. nem forças tenho para erguer as mãos ensanguentadas e limpar as lágrimas que me correm de fio, pela cara abaixo... não tenho forças para dar murros nas paredes, para gritar a plenos pulmões ante a minha fraqueza... que haja algo que me dê força, ou que me dê a paz eterna. |
companheiros de cela.
apenas o meu encarcerador
créditos.
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parede.
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