gostava de ser livre... partir todas as amarras que me subjugam, todos os impedimentos que me constringem, e sair daqui... fazer a minha vida, ser feliz, ser como as outras pessoas.
mas isso não acontece. não posso. não será possível. aqui estou preso. porquê? deixem-me ser... LIVRE.

"para: ti.



meu amor,
voltas a estar longe de mim. eu compreendo-te, querida. fizeste bem. a tua viagem permite-te aliviar a cabeça, pensar em outras coisas e preparar-te para a nova etapa... mas queria-te a meu lado. fazes-me imensa falta, amor. não calculas... não imaginas quanta falta me fazes. o quando preciso de ti aqui. quero... estar contigo. seja onde for... como for...
és a minha droga, princesa. estou dependente de ti, não consigo viver sem ti. estou completamente, terrivelmente, incrivelmente apaixonado por ti. e isso não vai desaparecer... nunca vai desaparecer.
vive comigo.



eternamente teu,
nvh."

foste. mas espero por ti. aqui. a meu lado. sabes que a minha vida sem ti é algo insonso. sabes o quanto preciso de ti. sabes... sabes o quanto significas para mim. sabes que as lágrimas me escorrem pelo rosto na tua ausência... sabes que essas lágrimas são por ti. para ti. tuas. dedicadas a ti. fazes-me sentir forte. és a minha força. és aquilo que me faz correr pela manhã, és aquilo que me faz trabalhar, és aquilo... que me dá vida. que me faz viver.
foste. mas espero por ti. partiste, porque tinhas de ir. tiveste de ir. foste. e eu fiquei. não posso ir. nunca poderei ir. mas preciso. preciso de ir. contigo. para ti. por ti. a tua ausência dói. sinto esse vazio e não aguento. preciso de ti. preciso de ti como de pão para a boca. mentira. sem pão, consigo viver. sem ti... é insuportável.
foste. mas espero por ti.
...
volta.
por favor.

chegou a hora. sinto-me a morrer. sinto a vida abandonar-me o corpo. não sei porquê. mas morro mais um bocadinho, a cada tique-taque do relógio, a cada batida do coração. vou-me aproximando da cova. porque morro? falta de vontade de viver.
nada mais me dá alegria, nada mais me coloca um sorriso nos lábios... sinto um vazio dentro de mim difícil de suportar, difícil de aguentar... abro os braços e peço à dama de negro para me levar, para me poupar a esta agonia... não há dor que me alivie desta maldição. por mais que me magoe, me corte e me mutile, por mais que esmurre as paredes à minha volta, nada me faz sentir vivo, nada me faz esquecer este nada dentro de mim.

todos somos nada, e ao nada regressamos.