sinto-te triste. sinto-te sem força. não suporto ver-te assim. não suporto ver-te sofrer assim. daria o que fosse necessário para ver um sorriso na tua cara. vem até mim, meu amor. dar-te-ei a minha força destruidora, para que a transformes em vida. para que te enchas de vida. qualquer sacrifício por ti é justo. mereces tudo o que te possa dar... mesmo comigo aqui fechado, tudo o que quiseres é teu.
tudo por um sorriso teu.

"para: ti.

meu amor,
não consigo deixar de pensar em ti, nem nas barreiras que nos impedem de ser felizes. neste buraco aqui fechado, sinto-me a definhar porque não estás. vou morrendo lentamente, a cada dia que não vens, perco toda a minha humanidade, toda a minha racionalidade. tivesse eu a minha liberdade, destruiria todo o obstáculo que nos separasse... custasse o que custasse, estaríamos juntos.
mas tu não vens.
e eu definho.
não choro por ti. já não tenho humanidade que chegue para isso. mas lamento todos os dias que passam e em que não estás. em que não observo as linhas do teu rosto, os teus olhos amendoados e tristes. em que não passo os dedos pelo teu cabelo escuro, pelo teu corpo belo. em que que não ouço o teu respirar, não sinto o teu peito a subir e a descer contra o meu corpo.
preciso que me enchas de vida.
preciso de ti.
preciso.

teu,
nvh."

esmurro as paredes até ficar com os nós dos dedos em sangue. dou voltas e voltas no espaço exíguo da minha cela. grito e berro até ficar rouco. volto a fustigar as paredes com as minhas mãos, não ligando à dor que daí advém. faço desenhos com o sangue que nasce das minhas mãos com o que resta dos meus dedos. pego na cama e atiro-a à parede. pego em todos os destroços e escondo-me num canto da minha cela, na posição fetal, longe de todo o mundo.
tudo porque te quero. tudo porque te desejo.

nada.
nada.
nada.
nada.
nada.
nada.
nada.
nada.
nada.
nada.
nada.
nada.
nada.
nada.
nada.
nada.
sem ti não sou nada.