20060215 |
bruxas. estou a ouvi-las. nunca me abandonaram. pensei que tivessem desaparecido, mas agora voltaram. querem-me. reclamam-me. pudessem elas e levar-me-iam com elas para o buraco sem fim que as criou. não sei quem são. não sei como são. mas querem-me. ambicionam o meu corpo e a minha alma. levar ambos para os confins do pesadelo mais profundo imaginável e soterrá-los debaixo da escuridão impenetrável até que o esquecimento se apodere deles. querem-me porque me odeiam.
rabiscado na parede, ao lado de outros 2 gatafunhos.odeiam-me... porquê? que mal lhes fiz eu? nunca as vi, nunca as conheci, e no entanto, ambicionam a minha destruição. zombam dos meus intentos. que posso eu ter de tão precioso que as faça assim tão furiosas com a minha existência? afinal de contas eu apenas estou fechado numa caixa de fósforos. ouço-as novamente. os seus protestos ecoam com mais vigor. mas não vou ceder assim tão facilmente. podem-me até dar o que tanto anseio, o fim das minhas dores e a tão ansiada execução da minha pena... mas não me vou entregar à sua mercê. pelo que sei, até poderão ser elas as responsáveis da minha presença nesta cela, autoras de manobras para me levarem com elas. mas nessa não caio eu. posso estar condenado à morte, mas ainda tenho o direito de escolher a maneira como parto deste mundo. e não serão elas a rir por último. nem que eu e a minha manazinha percamos esta batalha, mas a guerra será nossa.
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companheiros de cela.
apenas o meu encarcerador
créditos.
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parede.
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