20060117 |
devaneio. começo a perder a noção do local aonde estou. fecharam-me numa prisão ou num hospício? prenderam o meu corpo ou a minha mente? pergunto aos meus companheiros, mas ninguém me responde. mais uma vez. pela centésima vez me lembro que não tenho companheiros, ninguém preso nas celas ao lado da minha, ou no mesmo sector. se não fosse pelo guarda que me traz comida, diria que se tinham esquecido de mim. que me haviam encerrado ali para morrer, longe de tudo, abandonado por todos, esquecido pelo mundo. grito, blasfemo, reclamo contra tudo e contra todos, contra o mundo que me prendeu e que para mim, agora, é apenas uma recordação distante. o meu mundo reduziu-se a trinta e cinco metros quadrados de cimento...
rabiscado na parede, ao lado de outros 0 gatafunhos.acabou-se a tinta da minha caneta. tentei chamar o guarda para lhe pedir uma nova, mas, como de costume, ninguém me ouviu. tive de fazer um corte no dedo e escrever com o sangue daí resultante. heh... cada um tem de se desenrascar como pode. até mesmo quando somos esquecidos. já nem as fotos de vernazza conseguem capturar o meu olhar...
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companheiros de cela.
apenas o meu encarcerador
créditos.
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parede.
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